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17 de janeiro de 2010

ENDOMETRIOSE E ADENOMIOSE



INTRODUÇÃO


Endometriose é o termo utilizado para descrever a presença de glândulas ou de estroma endometriais em locais anormais fora do útero. Ela acomete os seguintes lugares em ordem decrescente de freqüência: (1) os ovários; (2) os ligamentos uterinos; (3) o septo retovaginal; (4) o peritônio pélvico; (as cicatrizes de laparotomias; e (6) raramente o umbigo, a vagina, a vulva e o apêndice.
A adenomiose, um distúrbio muito relacionado à endometriose, é definida como a presença de tecido endometrial na parede do útero (miométrio) A adenomiose permanece em contato com o endométrio e e provavelmente representa um crescimento do tecido endometrial para o interior da parede do órgão e entre os fascículos do músculo liso do miométrio. A adenomiose ocorre em até 20% dos úteros.
A endometriose é uma condição clínica importante que muitas vezes causa infertilidade, dismenorréia, dor pélvica e outros problemas. Esse distúrbio é uma doença de mulheres em idade reprodutiva, mais frequentemente na terceira e quarta décadas de vida, e aflige aproximadamente 10 % das mulheres. Neoplasia podem se desenvolver nas lesões endometrióticas situadas em qualquer parte do corpo, o que reforça a teoria de que a endometriose é um epitélio “em risco”.


ORIGEM

Existem três explicações possíveis com respeito à origem dessas lesões dispersas, que não são mutuamente excludentes:

1.Teoria da regurgitação/implantação
A menstruação retrógada através das tubas uterinas ocorre com regularidade mesmo nas mulheres normais e poderia possibilitar a disseminação do tecido endometrial pela cavidade endometrial . É comum o aparecimento de endometriose na mucosa cervical, particularmente após procedimentos cirúrgicos, o que corrobora a teoria de implantação de tecido endometrial proveniente do útero.

2. Teoria da metaplasia
O endométrio surgiria diretamente do epitélio celômico, a partir do qual os ductos müllerianos e posteriormente o próprio endométrio se originam durante o desenvolvimento embrionário.

3. Teoria da disseminação linfática ou vascular
A disseminação através das veias e dos linfáticos pélvicos explicaria a presença de lesões endometrióticas nos pulmões e nos linfonodos, um fenômeno que não é facilmente explicável pelas duas teorias anteriores.

Também foram postulados fatores genéticos, hormonais e imunológicos para explicar a susceptibilidade aumentada de algumas mulheres à endometriose. Foi sugerido, com base no achado da aromatase citocromo p450 em tecido endometriótico, mas não no endométrio normal, que o tecido endometriótico possui a capacidade de produzir seus próprios estrógenos por meio dessa enzima. Outros relatos indicam que a endometriose possui uma origem clonal, o que sugere a existência de diferenças bioquímicas importantes entre o tecido endometriótico e o endométrio uterino normal.


MACROSCOPIA

Os focos de endométrio respondem à estimulação hormonal tanto extrínseca cíclica (ovariana) quanto intrínseca por meio de sangramentos periódicos. Essa responsividade dos focos leva ao aparecimento de nódulos com aspecto que varia de vermelho-azulado a amarelo-acastanhado sobre as superfícies serosas do local acometido ou logo abaixo delas. Quando a doença afeta uma área grande, a organização da hemorragia causa a formação de aderências fibrosas extensas entre as tubas, os ovários e outras estruturas e também a obliteração do fundo-de-saco de Douglas.

Referência: http://www.familyivf.ir/infertility/causes/index.htm


Segmento da parede anterior do reto demonstrando infiltração endometriótica das camadas serosa e muscular do reto.
Referência: http://img.medscape.com/article/705/832/705832-fig6.jpg



Endometriose de parede abdominal: cicatriz de cesariana prévia associada a um emaranhado de tecido fibroso (aderências) com cistos hemorrágicos e áreas irregulares de hemorragia intersticial.
Referência: http://web2.airmail.net/uthman/specimens/images/endometriosis_1.jpg


MICROSCOPIA

O diagnóstico histológico de endometriose é realizado pelo achado de estroma endometrial ou, na sua ausência, de epitélio mülleriano com um pigmento subjacente, a hemossiderina.
A adenomiose no exame microscópico aparece como ninhos irregulares de estroma endometrial, com ou sem glândulas, dispostos no interior do miométrio e separados da camada basal por no mínimo 2 a 3 mm.
Endometriose intestinal

Endometriose em cicatriz de laparotomia.
Referência: http://anatpat.unicamp.br/Dscn5482++.jpg


Referência: http://anatpat.unicamp.br/Dscn5493++.jpg


Adenomiose.

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